quarta-feira, 27 de junho de 2012

Visita Técnica






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A visita técnica, a Vigia de Nazaré, ocorreu dia 06 de junho de 2012, quando os alunos puderam ter o primeiro contato com o escritor. A visita proporcionou o conhecimento sobre a história da cidade de Vigia (cenário e inspiração de boa parte da obra do poeta), bem como sobre a vida e obra do artista. 

Os alunos participaram de uma palestra com o vigiense Raul Lobo, na sociedade Beneficente 5 de Agosto, o qual apresentou a cidade revelando algumas curiosidades sobre a mesma. Em seguida participaram de um bate-papo lítero-cultural com o escritor José Ildone. Além disso, visitaram a biblioteca pessoal do escritor e andaram pelas ruas da cidade com mesmo conhecendo um pouco de seu mundo.

Um pouco de José Ildone

josé ildone favacho soeiro

José Ildone Favacho Soeiro nasceu em Vigia ao ano de 1942, é poeta, prosador e professor de Língua Portuguesa e Literatura luso-brasileira, tendo estudado no Grupo Escolar Barão de Guajará, em Vigia, e depois, em Belém, no Seminário Metropolitano, no Colégio Estadual Paes de Carvalho e na Universidade Federal do Pará.Formado em Letras no ano de 1976, José Ildone não apenas divulgou a Vigia Brasil afora, como também apoiou inúmeras atividades sócio-culturais da cidade (dirigiu a Sociedade Literária e Beneficente Cinco de Agosto e a Liga Esportiva e outras entidades locais) e lecionou durante décadas no local. Também exerceu influente carreira política no município: foi secretário municipal, vereador, vice-prefeito e prefeito, em eleições diretas.Um verdadeiro amante e defensor de sua terra natal, foi eleito Professor do Ano e Vereador do Ano, além de ter seu nome aposto em uma escola municipal de Vigia. Na capital do Estado, Belém, vem colaborando por várias décadas em jornais e revistas: Folha do Norte, A Província do Pará, O Liberal, Mensagem, Gol, Aspectos. Em 1981, ingressou na Academia Paraense de Letras (Cadeira nº 31), substituindo o desembargador Inácio de Souza Moita. Em 1987, colaborou com a TV Cultura na realização de um documentário sobre a cidade de Vigia e, no mesmo ano, foi homenageado pela Escola de Samba Estação Primeira da Vigia, com o samba-enredo José (Poeta) Ildone.Ademais, Ildone participou de encontros e congressos no Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, além de ter recebido convites para cursos de Administração Pública na Espanha e nos Estados Unidos. Diversos de seus poemas foram musicados e apresentados em público, em forma de jogral, na cidade de Belém e de Vigia. Dentre suas obras, José Ildone publicou, no gênero poesia, Tiradentes: Sangue Derramado pelo Ouro da Liberdade e Canto no Campo (1974 – 1º lugar no Concurso da Policia Militar do Estado do PA, nível universitário e 3º lugar no I Festival de Música e Poesia Universitária, respectivamente); Chão d’Água (1979 – Prêmios Vespasiano Ramos, da Academia Paraense de Letras, gênero poesia; leitura nos vestibulares de 1989 a 1991); Luas do Tempo (1983); Romanceiro da Cabanagem (1985); A Hora do Galo e Trilogia do Exílio (1987).Em prosa, o escritor vigiense produziu: História da Imprensa Oficial do Pará (1985); O Retorno às Cavernas (1989 – folhetim, 48 capítulos, publicado no suplemento semanal “Aqui Belém”, do Jornal O LIBERAL); Maria Nativa (1989/1990 – folhetim seguinte, interrompido pelo Plano Collor); Introdução à Literatura no Pará (1990 – co-autores: Clóvis Meira e Acyr Castro); Noções de História da Vigia (1991). A respeito da poética de Ildone, mais especificamente acerca de Chão d’Água, Abguar Bastos (apud Meira, Ildone e Castro, 1990: 231) assim a descreveu: Seu talento e sua ourivesaria vocabular não somente iluminam: Poeta de raça, eis aí. Ritmo na cadência dos tambores.Em se tratando de terras e mares, sensações de ondas cadenciadas [...] As jóias poéticas são muitas [...]. A saga das Vigilengas rescende às alegorias das epopéias mediterrâneas. Vai ao clássico-gongórico, num lampejo [...]. Ainda acerca da produção de Ildone, o acadêmico gaúcho Lothar Hessel (apud Meira, Ildone e Castro, 1990 : 231) afirma: “Telúrica poesia, a desse marajoara polimorfo, refletindo muito de perto as ambiências do grande vale, mas também transmutando-se pelo dom da grande poesia, apanágio de bem menos gente do que a gente pensa”.Em síntese, o que Bastos e Hessel comentam acerca da poética de José Ildone é justamente o que será discorrido na análise de Últimos Acordes, retomando à proposição inicial já mencionada: apesar da poesia de Ildone possuir fortes traços locais da cidade de Vigia, ela também apresenta os aspectos gerais que toda e qualquer poesia tal qual seja apresenta – volta se, pois, à querela local x universal.

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